Disseram outro dia que cê é tipo o Mestre dos Magos, pai. E eu concordei mesmo sem saber bem quem é o Mestre dos Magos (sinto que essa frase é uma traição a minha geração). Eu não sei se você sabe dessa coisa toda tão grande que te envolve. Essa coisa que te pertence, essa coisa que te forma. Essa coisa que é você, pai. Você tem uma força tão grande aí por dentro e ela atinge, sabia? Ela atinge um tanto de gente, porque você na sua quietude, na sua simplicidade, percebe as sutilezas que a gente nem pensa em notar. Você percebe e expõe essas coisas todas, meio que na hora certa, meio que de supetão. Mas cê guarda e leva um respeito pelas situações, pai, que ninguém faz.
Pai, ainda bem que você sempre me mostrou que homem chora de tristeza, alegria, amor e com fim de novela. Ainda bem que você ama um monte de gente, de um jeito quase infantil, independente de onde venha essa gente. Ainda bem que você me ensinou respeito, me tira a arrogância e olha pra mim com os olhos mais apaixonados do mundo. Pai, ainda bem que você me dá a mão.
A palavra pra você, pai, é delicadeza.
(E obrigada por brincar de boneca mesmo quando você queria um menino pra jogar bola. E obrigada por ser o tio mais legal para os meus amigos. E obrigada por aquele abraço, aquela sexta-feira. E obrigada pelos olhos. E obrigada por cuidar da minha mãe. E obrigada pelas músicas. E obrigada, obrigada, obrigada...)
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