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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

sobre carpinejar


Fui pra palestra de Carpinejar com vontade de vomitar, saí vomitando. É que de repente alguém me traduziu o que eu estava sentindo e eu agora eu estou aqui, digerindo alguém que soube falar de mim, sem saber de mim, melhor que eu mesma, que também não sei.
Perguntei, tolamente, a ele: pessoas mudam? E ele respondeu tocando fundo, em uma ferida aberta. Fabrício me disse que pessoas mudam sim, cada vez que se relacionam com outras pessoas. Pessoas se adaptam, pessoas mudam por. Pessoas mudam. Já não fosse isso bastante conflitante com meus pensamentos pessimistas, ele emendou a resposta em um ponto ainda mais dolorido. Carpinejar me disse que gostava de quindins, mas um dia resolveu que comeria quindins em todos os dias seguintes e enjoou, agora detesta quindins. Mais precisamente, “o inferno é o exagero”, mais diretamente, não importa o quanto a gente sonhe e queira uma coisa, ou alguém, se essa coisa, ou alguém, vem em dose exagerada, enjoa, perde a graça e passa a trazer o oposto. Não importa o quão bom seja.
Foi o mesmo Carpinejar que me disse que “amor é delicadeza” e que quem inventava a grande maioria dos meus problemas era eu mesma (assim mesmo, da minha imaginação) que conseguiu de mim o que eu não pude berrar antes. Foi o mesmo cara que disse tudo isso pra mim (porque foi assim que eu tomei as coisas, para mim) que me fez pensar essa noite que TUDO que eu faço, sinto e recebo é ESCOLHA. E escolha MINHA.
A responsabilidade é minha. Quem tem que me aceitar sou eu mesma. O que falta mim em mim é nada mais que eu. EU DITO O QUE EU SINTO. Eu.
Essa noite eu não vou escovar os dentes. Quero dormir com o gosto do meu vômito interior.