Pages

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Desapegos

Quando 2016 começou, decidi que seria um ano incrível. E tem sido incrível mesmo. Um pouquinho depois da metade do ano, e eu já tenho sentido dificuldade de enumerar tantos lugares lindos, tantas experiências, tantas pessoas maravilhosas, tantas surpresas e tantos desafios. Não, não é que tudo tem dado certo esse ano (pelo menos não de cara) mas sim que as coisas estão acontecendo.  O que significa que mesmo quando elas não são assim tão legais, o movimento ainda é em frente (ainda que nunca em linha reta).
Foi aí que, justamente por querer muito andar pra frente, me peguei em uma crise existencial: tô formando e não sei nem o que vou (nem o que quero) fazer com esse papel, definitivamente não estou onde pensei que estaria a 5 anos atrás (nesse caso, penso que ainda bem)(e na verdade não estou em agosto, onde pensei que estaria em janeiro), não tô sabendo bem desse cabelo, dessas ações, desses sentimentos, dessas coisas que ainda tão sem resposta, dessa monografia, desse meu lugar em lugar algum... E aí eu lembrei de uma coisa que minha mãe sempre diz: arrumar a bagunça das coisas, arruma a bagunça da cabeça.
Vendo meu quarto como está, bagunçado, cheio, colorido e cheio de possibilidades (igualzin minha cabeça), lembrei de mais uma coisa: esse ano, quando eu comecei a praticar Lian Gong, percebi que quanto mais eu flexibilizava o corpo, mais flexibilizava a mente e, em consequência, a vida. Ao mesmo tempo, vi que quando eu comecei a dirigir (yey!) eu conquistei uma liberdade que eu tanto queria e que quanto eu parei de entrar no facebook com tanta frequência, prestei mais atenção em um tanto de outras coisas. E aí, por fim, de tanto pensar e conectar as coisas, e sabendo que qualquer caminhada é mais difícil com cargas (literais ou não), me propus um desafio: um desapego por dia, até o fim do ano.
Isso significa que até dia 31 de dezembro eu vou ter menos 129 coisas. 129 coisas que eu com certeza não preciso tanto assim, ou que levam alguma carga emocional, ou que simplesmente vão servir melhor à outra pessoa.

Fica aí o primeiro: essas sapatos que eu usei hoje, me machucam e nem combinam comigo tanto assim.